quarta-feira, 27 de abril de 2011

Somente

Não percebia quando o desconforto era emocional: era o estômago que doía, a boca que secava, eram as mãos frias.Não era raiva, não era angústia, não era medo.Para ela era físico, nunca o emotivo. Dizia “adeus”, assim, como quem dispensa a sobremesa pra tomar um chope.Dizia “sim” ou “não” como quem escolhe a cor do esmalte.
Um dia, quando bateu o vazio, elaborou rapidamente uma saudade. Mas não sabia de quem, de onde, do quê. Não precisava. Era ela e a saudade de qualquer coisa que ela trocou por um chope, de qualquer noite que ela substituiu por uma tarde, de qualquer emoção que ela nem se lembrava mais. Mas que trazia uma certa languidez pro olhar e uma tensão pra expressão facial que ela pretendia.






eu ando vazia.. ando elaborando saudades..




marla de queiroz

segunda-feira, 11 de abril de 2011

o olhar dele sorriu pra mim

Ele transforma seus 21 verões em canção, convida pra ir em uma outra constelação, e ainda tem a audácia de falar que é necessário levar apenas o que precisa pra mente e pro coração. Mesmo com aquele frio, aquela chuva e toda minha tpm eu consegui enxergar seus olhos.. foi quando vi aquele olhar sorrindo pra mim.. tentei olhar sorrindo mais acho que naquele momento meu olhar só mostrava frio... tentei colocar entre as palavras a vontade de um beijo mais não consegui, era como se seu olhar me intimidasse... e isso me fazia ter vontade de saber mais..
Sentados ali naquele teatro eu nem consegui prestar muita atenção no que via.. sorria por dentro toda vez que sentia sua cabeça virando em minha direção (eu sei que isso é ridículo ok?), vontade de sumir daquele lugar com você.. te descobrir de alguma forma.
O tempo passava e nada acontecia de verdade.. eu ja tava ficando sem saber o que fazer, foi quando você veio se despedir.. despediu uma vez... e nada, despediu de novo.. e nada, e eu la.. parada, sem saber novamente o que fazer... percebi o seu olhar em mim.. imediatamente abri um sorriso, era minha ultima tentativa, dessa vez você me entendeu... e veio.. um beijo, e eu vim.. eu e o beijo.




Bárbara Jorge