Eu não soube a hora de parar e agora eu só quero ficar, é ridícula a maneira como você fez desaparecer toda aquelas vontades e coisas bonitas e transformou tudo aquilo em algo tão morno e o morno, meu amigo, é uma bela merda! Eu suplico por emoções, gosto de coração na boca, mas mesmo assim, mesmo com essa coisa meio sem temperatura que você criou pra nós, mesmo sem um motivo desse lado daí, mesmo que você não queira, que não busque por isso, que faça o possível pra não alimentar, mesmo que... Mesmo assim, eu sem querer, sinto o coração na boca naquelas manhãs com pouco folego, ou quando acordo e vejo um sol desenhado na tela do meu celular. Dou risada pras paredes com aqueles convites inesperados, que parece você sentindo saudade, mesmo eu sabendo que só parece... Mesmo eu sabendo que a maior parte dessa historia, a parte mais bonitinha, só exista em pensamentos, naqueles que criei pra me burlar e não me deixar ir embora quando você deixa escapar qualquer fala meio amarga ou quando outros nomes são ditos. Porque no fundo eu sei que isso tudo pode ser só neurose minha e se não for, eu sei que de um jeito ou de outro, eu gosto demais de não saber como vai ser amanha e gosto das minusculas expectativas que crio pra ver você conseguindo suprir cada uma delas, mesmo sem você saber que elas existem aqui, mesmo eu sabendo que elas são exatamente do tamanho que você poderia conseguir suprir, afinal, nunca fui boa em criar motivos pra me ferir. No fundo, a verdade é que eu me confundo com essas incertezas, as súbitas ausências, as vezes, me da frio na barriga, mas no fim eu adoro isso do jeitinho que é, nem muito, nem pouco, morno! Mas cheio de pedaços quentes em meio aqueles outros tão frios.
Bárbara Jorge